ENTRE PARTOS
gestar




R E C O N S T R U I R
Autorretratos são incapazes
de me definir,
por isso te trago aqui,
numa tentativa falha
de explicar sobre reconstruir.
você,
uma mulher na delícia de ser o que é,
a saborear de si mesma, dentro de sua própria missão desbravando seus mistérios internos da sua reconstrução.
eu,
uma mulher no lar,
dentro da casa que habito a observar,
as delicadas curvas do meu próprio corpo, sobre pensamentos incessantes até delirantes do meu reconstruir.
Viajando em uma estranheza da nova beleza, criada por mim.
Autorretratos são incapazes
de me definir,
por isso te trago aqui.
fotografias suas espalhadas,
meu olhar sobre você,
meu olhar sobre mim,
misturo nossa existência
dessa maneira,
com tanta certeza,
que sei exatamente para onde ir.
E sim....
É mais que uma história de amor,
e poderia ser nossas partes cruzadas, entre essas fotografias desfocadas,
poderia ser tudo ou nada,
E é.
É uma viagem dentro de si,
na insistência de se despir de toda a mentira que nos veste e faz acreditar nas ilusões que o ser humano é capaz de criar.
Reconstruir é se perder e se achar,
é se achar e se perder.
Tão efêmero, tão fatal.
Reconstruir é tocar na ferida para curar.
É tudo simples
e nossa mente a complicar.
É compreender, não julgar.
É um voo no infinito sem sair do lugar.
(Amanda Vieira)





